domingo, 13 de abril de 2014

Sereníssima

Por favor, amor, acredite, não há palavras pra explicar o que eu sinto...

Leve. Depois de muito tempo, as coisas parecem estar onde deviam estar. Equilíbrio, sabe? Acho que, no fundo, é isso que a gente procura sempre. Eu, que tive um coração doido desde o início das sessões de cinema de mãos dadas, permiti só nos dias de hoje - uns 6 anos depois - deixar Alguém cuidar de mim. Sem pesar e sem pedir. Encontrei um lugar seguro pra depositar minhas dores. Escrevi menos, esperei menos, vivi mais. E agora minha leveza aglomera-se no abraço que meus braços alcançam, que meu corpo encaixa, que minha boca tem sede, que minha alma agradece. No olhar, que pode ser o mais maldoso do mundo, se quiser, mas que me passa a melhor sensação de segurança. No passar de mão preciso na minha cintura, que começa leve e me puxa pra mais perto com força. Nas mãos dadas, que até hoje não se acostumaram completamente em se entrelaçar. No cafuné preocupado. No mistério dos pensamentos. Na frase que começa com "baby" e quase sempre vem seguida de uma afirmação ou pergunta inesperada - exceto o boa noite. Na delicadeza de encontrar a melhor posição pra dois esparramados e preguiçosos amantes da cama. Na música, no texto, no vídeo que precisam ser compartilhados. Na cozinha bagunçada, no lavar de louças com beijinhos, nos papeis no chão, no banho fervendo, na viagem que (não) chega. Numa metáfora medíocre, ele é aquele passarinho que eu deixo a água e torço pra vir tomar... e ele vem. Tem ficado. Talvez um dia queira morar em mim. 

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