segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O que ele tem que os outros não têm?


Ele é meu boneco amarelinho. Tem aquelas pintinhas no peito e todo um ar de capitão. Não admite, mas acorda mais dengoso que eu. Disfarça drama com braveza. Tem cheirinho de Homem. Respeita minha – como é que ele chama mesmo? – frigidez. Ameniza minha frigidez. Ensinou-me gritar. Aprendi xingar. Porque bagunça meu cabelo (e minha vida), mas arruma. Conhece com o que me estresso e sabe a palavra que acalma. Inspira. Expira. Lê quanto eu, escreve melhor. Ama do jeito mais doido que já vi. É racional, real e me faz querer ser. Querer ser e crescer. Tem insônia e vela meu sono. Me aperta como se não fosse pra sempre. Cuida de Cleo melhor que dele. Cuida de mim melhor. Melhora. Tira foto e manda. Faz exatas e tem o coração inexato. Decora os dias por mim. Sabe minha alma, mas não minha senha. Me beija no olho e me dança na sala. Sabe brincar com Sofia igual com Maria Fernanda. É lindo. E forte. Mata com a boca, beija com o olhar. Atura o drama, o sono, o tanto, a saudade. Leal. Leão. Às vezes, arranca-me o braço, quando acaricio. Depois me dá um melhor. Ou deixa eu usar o dele. Quer muito, sem saber que já é.

Desanda...

aí Desarma
a Arma

Dura

e Ama. 

sábado, 13 de setembro de 2014

"Coragem da chuva" ou "Velocidade Insana"

A diferença entre a gente é que enquanto eu chamo pra dançar na chuva, você se tranca no quarto esperando passar. Assim, como partilhar a mesma velocidade da ventania?

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Desconfiada

Desconfio de que o pior sentimento do mundo seja a falta. Sentir falta. Falta de reconhecimento, falta de atenção, falta de presença. Desconfiava de que - o pior sentimento do mundo - era a culpa, mas o que é a culpa, senão a falta de perdão? Desconfio de que ou eu sou extremamente idiota ou humanamente incrível. E um está mais perto do outro do que pensava. Desconfio de que não é amor, se há indiferença. Desconfio de que sou muito mais paciente do que a maioria das pessoas. Desconfio de quem diminui o outro para ser maior. E é. Desconfio da agressividade gratuita. Desconfio de que gosto de sofrer, mas prefiro muito mais a reconciliação. Desconfio de que minha Liberdade é do tamanho da minha vontade, mas que nenhuma pode mandar. Desconfio de que eu amo alguém mais do que a mim. Desconfio de que estou fodida.