quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Criatura

Acho que eu descobri meu problema com (os meus) aniversários. Eu não gosto de ser o centro das atenções. A não ser quando tenho um palco pra um ballet muito bem ensaiado. O problema é que eu não nasci para ser presenteada (e não há - quase - nenhum drama nisso) e sim presentear. Nasci para mostrar pessoas incríveis, obras incríveis, acontecimentos incríveis. Bons ou não. Que o mundo saiba disso. Acredite ou recuse isso. Eu nasci para fazer os outros brilharem. Para ajudar, mostrar, divulgar, reclamar, melhorar.  Tão autocrítica, que eu não suportaria uma profissão que o foco não fosse o outro. E apesar de tudo, tão (m)eu. Cada construção de pensamento, palavra no lugar ou fora dele. Eu sou o que as pessoas são, fazem, pensam, sentem, querem. Uma vez, um amigo me disse que achava publicidade uma das piores profissões, porque a pessoa não fazia nada próprio. Daí me lembrei da palavra que Lucas me ensinou: Poiesis... “a minha criação, na qual crio a mim mesmo na medida em que crio no mundo”. Tudo que fazemos é criação. E esse tanto de vida (preguiçosa, talvez, mas ainda assim vida) só é possível por vocês, por suas criações, minhas, nossas. 

Talvez falte coragem para o foco ser eu. 

Um comentário:

  1. Que linda que você é! E não é apenas um monte de aspas, mas sim a própria citação muitíssimo original a ser utilizada entre aspas por muitos que se identificam. A começar por mim ^^

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